30 janeiro, 2014

A TEMPESTADE

Texto baseado na música "4 of july" da banda Evanescence.

O dia está escurecendo anunciando o temporal, faíscas deslizam no céu dançando sua própria canção, embora seja muito assustador tudo isso para mim. Sinto o vento me tocar e refrescar, a estrada fica vazia e as flores balançam ao soprar da ventania. 

O sol se escondeu junto com alguns dos meus pensamentos, me sinto como esse clima obscuro.

A luz está pálida, as cores começam a ficar aterrorizantes, os clarões quebram e desaparecem como um som de sinfonia de filme de terror. Agora eu estou aqui admirada, pensando em dormir até que a tempestade se vá. algumas coisas começam a me preocupar, parece que estou entre duas tempestades enfurecidas, tudo que eu quero é adormecer em belos sonhos e deixar que tudo passe sem me abalar.

29 janeiro, 2014

BOOK POR TATI SPERRY















27 janeiro, 2014

EU: ROMEU E JULIETA


Resenha do Livro "Cela e Papel" de Uili Bergamin.


 O livro "Cela de Papel" literalmente é o título perfeito para a obra de Uili Bergamin, porque torna o leitor refém das páginas das narrativas reais e irreais da ilu...são frenética e imaginativa do autor. Os escritos são magníficos, de muita qualidade, um conteúdo que possui uma perspectiva sob o mesmo olhar, contudo com uma nova ótica, que dá um tratamento particular no confronto de pensamentos.
 
Os textos manifestam ao longo do enredo contrapontos subjetivos que acoplam a filosofia ficcional. Eu diria que toda história ou fato pode dar uma boa narrativa. Tudo depende de como e quem vai contá-la, e no conteúdo de "Cela de Papel" o escritor caxiense consegue desenvolver um perfeito modo de compartilhar suas fantasias apimentadas com as agonias da realidade, utilizando a intertextualidade que abrange a famosa obra de William Shakespeare, Romeu e Julieta.
 
Uili salienta no desenrolar de seus pensamentos impressos o redigido: "[...] o mais espetacular de ler aqueles livros era reconhecer-me nas personagens." Essa declaração trata-se de um infindável diálogo filosófico em torno de uma personagem, ou seja, o protagonista EU que envolve outras figuras para falar de si mesmo. Todo ser humano procura o real sentido da existência, e essa abordagem é o retrato do que somos. É construído um questionamento moral e imoral do que pode e não pode, ou bem e mal, algo nesse sentido.
 
Já dizia o físico Albert Einstein: Tudo é ilusão, até mesmo o tempo, porque ele não existe de fato." Mas somos escravizados por ele e até mesmo o próprio escrito traz uma citação de ligação: "Somos todos mortos pelo relógio. Sempre." Os textos de Uili vão além, transpassam o papel e criam um significado simbólico e vivo da nossa própria imagem, pois quebram a quarta parede e cada leitor terá sua interpretação e experiência por intermédio do discurso alusivo ao ser. Este é composto de agonias, desejos, defeitos e qualidades e faz menção talvez de forma inconsciente de um registro da sociedade contemporânea, aprumada de irracionalidade e vive de ilusão em ilusão. Exemplo: sempre fazemos as mesmas coisas, mas agimos como se cada dia fosse diferente. Não que não seja, contudo vivemos em um círculo vicioso de fidelidade. A diferença é que nós mudamos em relação ao outro dia, portanto ainda assim, fazemos as mesmas coisas.

Possivelmente os anseios da humanidade procuram por intensidade, de um contexto de significado pessoal, e após isso desdobram em fantasias que se alimentam de nossos desejos acomodados, mas associados a personalidade de cada indivíduo.
 
O livro "Cela de Papel" se apropria de forma coerente das personagens intituladas Romeu e Julieta e no mesmo contexto fala da alma do autor, e de nós mesmos, leitores, aprofundando-se na lacuna existencial onde prevalecem as questões morais e nossas dúvidas filosóficas. Podemos encontrar no capítulo "Duas colheres de ilusão" essa expressão, "Eu, Romeu e Julieta", que deixa claro que pode se tratar mais de Uili do que de Romeu e Julieta. Na verdade, as personagens são plataformas para falar da sua própria vida. Aquela coisa de fingir que é outra pessoa para fazer tudo que é reprimido pela reputação social do jogo das imagens. Isso acontece muito em filmes, novelas e teatro e também na literatura. É uma maneira sutil de poder gritar ou somente desabafar o que está além da aparência, que é nossa alma.
 
Vou arriscar usar essa citação de Ferreira Gullar, para mencionar minha visão a respeito destas belas escrituras de Bergamin: "Naturalmente, esse mundo outro que o artista cria ou inventa nasce de sua cultura, de sua experiência de vida, das ideias que ele tem na cabeça, enfim, de sua visão de mundo."
 
Acho interessante, mas não estou totalmente de acordo, quando o texto é redimensionado à tratar a questão de Deus e o diabo, pois parece que o diabo tem mais vez do que Deus no discurso. No entanto, é intrigante (no bom sentido), porque na verdade é mais fácil pecar que santificar. Não estou entrando na base do assunto religioso, trata-se de uma metáfora de que é mais fácil ir contra as regras do que obedecê-las.
 
Falar do escrito "Cela de Papel" é muita responsabilidade, porque além de uma obra literária de alta classe estarei indiretamente falando da alma do escritor, que também é de alta qualidade. Portanto, reforço: é uma leitura um tanto elitizada, muito bem escrita e cheia de links e portas para uma reflexão dos nossos próprios pensamentos. Também é um convite para o mundo da imaginação. Recomendo a leitura. Entre nessa aventura de "Cela de Papel" e seja capturado do início ao fim nesta viagem ao mundo bergamiano.

23 janeiro, 2014

MUNDO DE MENTIRA


Texto baseado na música “Another World” da banda Dream Theater.

Tudo está perdido, bem vindo ao mundo de mentira, nada é o que você pensa que é. Nossos dias estão fora das páginas dos jornais, não está na programação das telas de televisão, estamos em um lugar à parte, onde nada é verdade.

Isso é uma viagem fantasiosa, uma vida de ilusão, perca um passo e nunca se levante, fique caladinho e sozinho. Um olhar obscuro e frio, vamos brincar de fingir está tudo em branco e preto, da vontade de correr isso é a máquina do capitalismo. Não podemos ver nada além das imposições e achismos, estamos cegos por um paraíso de mentiras, uma utopia, um sonho que está se afogando na profunda tristeza da consequência das procuras constantes de uma tal felicidade feita de areia e capital.

Nos sentimos bem dando migalhas aos miseráveis, e depois vamos expor tudo isso nas mídias, eles se alegram de estar na TV, mas não sabem que são marionetes do sistema. Tudo não passa de enganos e falsas construções de felicidade. Estou cansada de tudo, quanta hipocrisia, estou me segurando para não gritar... não preciso de fórmulas de felicidade , simpatias para me convencer a me ferrar com o cartão de crédito. Só quero chegar sóbrio até o fim do dia, isso é um bombardeio de falsas palavras.

As estações mudaram, e as conversas ainda são as mesmas, estou me segurando para não falar tudo que quero, pode ter certeza vou fazer barulho. Não há tempo para brincar, eles querem nos devorar com suas manipulações, só quero desatar essa sequência, estou me afastando dessa mentira. Adeus mundo de ilusão.

Leia mais: conheça a banda Dream Theater.

MINHA ILHA

Caminhando com alguns pensamentos desalinhados, a estrada é longa não posso ter pressa, pois todos os fins terminam no mesmo lugar. Estou em uma ilha da minha mente tentando entender porque é melhor ficar nela. Vejo além do horizonte tanta gente, tantos discursos nada me surpreende mais, os dias já me foram tão desgastantes. Aqui junto a brisa de um novo tempo, tudo parece assustador, só queria poder saber que todo esforço valerá a pena.

Meus passos estão mais curtos, minha velocidade está diminuindo, os novos ventos começam à me favorecer, estou na época errada preservando valores do século passado. Todas as vivências e experiências parecem ter algum sentido hoje. 

Em meus olhos ainda há inocência, na qual todos querem roubar, a juventude torna-me formosa diante dos olhares, mas em breve ela vai embora. O mundo me parece uma grande esfera contaminada de maldade, e eu me sinto tão pequena diante de tantas irregularidades.

Quem sou para não me conformar com as coisas como elas são? Porque estou na contra mão de um sistema que é mais forte que eu? Porque me preocupo com pessoas que nem conheço? Será que meu coração nunca esteve em mim, mas sim no meu povo.


Sou só uma menina mal interpretada, que não sabe muito, mas que aprende assistindo...