Tudo está se transformando de uma maneira insólito, estou procurando nos meus dias as chaves daquilo que eu realmente sou, mas quem sou eu? Meu destino é um tanto palerma, contudo sei que há uma razão para as coisas serem como são.
Antigas risadas e atitudes que eu não faria hoje, como eu mudei, aquela menina adormeceu e eu acordei para um novo tempo incomum, acho que já não sou mais aquilo que um dia eu fui. Hoje eu me questiono, duvido e reformulo minhas respostas. Ainda me faço perguntas como: "Onde todo o tempo foi?".
Posso estar cercada de pessoas, porém, sou deixada sozinha de algum modo.
Crescendo e envelhecendo, algumas coisas queria que não acabasse aqui, entretanto estou em um porto cheio de "adeus". Não queria me despedir, não queria ouvir essas palavras que nos levam ao fim, porque talvez aqui não seja o fim, apesar de saber que existe um final para tudo.
Que este tempo demore à passar quero vivê-lo com intensidade, sei que ele vai acabar, contudo vou saboreá-lo até que eu tenha que dizer "adeus". Recordo dos meses do ano, das estações, das horas e como tudo passa e transfigura-se, não vou jurar "nunca" mudar. Eu sei que vou transmudar.
Esse sentimento poderia ser o mesmo, sobretudo não é. Ao invés de ficar aqui me perguntando, vou aproveitar antes que tudo acabe. Eu posso fazer isso eternizar em minhas lembranças ou em uma fotografia que vai trazer à memória bons tempos, velhas risadas, lágrimas, belos dias de sol e chuva.
Existe sim um fim, cada dia mais nós nos aproximamos dele, isso dá medo. Estou perdendo algumas palavras, eu espero, não sei se deveria, pois agora é o momento que eu espero. Mas tudo tem um tempo e isso está me carregando para reta final.
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