Posso sentir no ar a fresca brisa de um dia de verão, prossigo ouvindo os ecos de um coração que se perde em um fio de palavras, acho que preciso aprender a recompor os meus discursos.
Hoje vou deixar o tempo voar, vou deixar meus pés escapar do chão. Assim vou me alegrar vendo as gaivotas voarem nas praias das ilhas distantes. Ergo minha cabeça, continuo andando naquelas velhas estradas, só mais um dia, mais uma milha, vou deixar o tempo escapar.
Estou relembrando ou só recuando para retomar uma antiga conversa fiada da qual ainda sinto saudade, mas eu estou mais sagaz, porém com mais sabedoria que antes. Acho que renasci.
O que estou sendo agora? Uma líder, talvez uma aprendiz aventureira procurando um caminho, ou uma leal iniciante, uma pessoa um tanto errante, entretanto ainda lúcida numa selva de lobos, sou só mais uma pessoa querendo um lugar para descansar.
O que vejo além de sorrisos agonizantes de diversos espantalhos da sociedade oca. Os minutos passam, vão girando, girando e meu peito explode caindo aos pedaços, não posso andar nesse ritmo tão rápido. A chuva chega ao solo, eu ainda quero ficar aqui e deixar o tempo passar, vou andar devagar.
Só quero um minuto para sempre, nele me arrepender dos meus maus caminhos, terminar com a miséria do mundo. Vou junto do vento para o alto da montanha, eu não me encaixo nessa sociedade acelerada, desejo reencontrar a esperança e a tranquilidade, quero um renascimento de mim mesmo.
Eu quero voar e cruzar o tempo sem precisar correr como uma louca em um campo de guerra...
