FRANÇOIS-MARIE AROUET,
filho de um notário do Châtelet, nasceu em Paris, em 21 de novembro de 1694.
Depois de um curso brilhante num colégio de jesuítas, pretendendo dedicar-se à
magistratura, pôs-se ao serviço de um procurador. Mais tarde, patrocinado pela
sociedade do Templo e em particular por Chaulieu e pelo marquês de la Fare,
publicou seus primeiros versos. Em 1717, acusado de ser o autor de um panfleto
político, foi preso e encarcerado na Bastilha, de onde saiu seis meses depois,
com a Henriade quase terminada e com o esboço do O Edipe. Foi por essa ocasião
que ele resolveu adotar o nome de Voltaire. Sua tragédia O Edipe foi
representada em 1719 com grande êxito; nos anos seguintes, vieram: Artemise
(1720), Marianne (1725) e o Indiscret (1725).
Em
1726, em conseqüência de um incidente com o cavaleiro de Rohan, foi novamente
recolhido à Bastilha, de onde só pode sair sob a condição de deixar a França.
Foi então para a Inglaterra e aí se dedicou ao estudo da língua e da literatura
inglesas. Três anos mais tarde, regressou e publicou Brutus (1730), Eriphyle
(1732), Zaïre (1732), La Mort de César (1733) e Adélaïde Duguesclin (1734).
Datam da mesma época suas Lettres Philosophiques ou Lettres Anglaises, que
provocaram grande escândalo e obrigaram a refugiar-se em Lorena, no castelo de
Madame du Châtelet, em cuja companhia viveu até 1749. Aí se entregou ao estudo
das ciências e escreveu os Eléments de le Philosophie de Newton (1738), além de
Alzire, L'Enfant Prodigue, Mahomet, Mérope, Discours sur l'Homme, etc.
Em 1749, após a morte de Madame du
Châtelet, voltou a Paris, já então cheio de glória e conhecido em toda a
Europa, e foi para Berlim, onde já estivera alguns anos antes como diplomata.
Frederico II conferiu-lhe honras excepcionais e deu-lhe uma pensão de 20.000
francos, acrescendo-lhe assim a fortuna já considerável. Essa amizade, porém,
não durou muito: as intrigas e os ciúmes em torno dos escritos de Voltaire
obrigaram-no a deixar Berlim em 1753.
Sem poder fixar-se em parte alguma,
esteve sucessivamente em Estrasburgo, Colmar, Lyon, Genebra, Nantua; em 1758,
adquiriu o domínio de Ferney, na província de Gex e aí passou, então, a residir
em companhia de sua sobrinha Madame Denis. Foi durante os vinte anos que assim
viveu, cheio de glória e de amigos, que redigiu Candide, Histoire de la Russie
sous Pierre le Grand, Histoire du Parlement de Paris, etc., sem contar
numerosas peças teatrais.
Em 1778, em sua viagem a Paris, foi
entusiasticamente recebido. Morreu no dia 30 de março desse mesmo ano, aos 84
anos de idade.
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